Família,  Relacionamento conjugal

RELACIONAMENTO TÓXICO: SOFRIMENTO, MEDO, TRISTEZA, SOLIDÃO, INSEGURANÇA OU ALGUM TIPO DE MANIPULAÇÃO? SAIA DESSE CICLO E ENCONTRE PAZ E EQUILÍBRIO EM SEU CASAMENTO.

Violência no casamento/relacionamento tóxico

Leia a história abaixo e perceba se há algum tipo relacionamento tóxico.

Cícero e Verônica são casados há três anos, mas antes, namoraram durante dois anos.

Desde o namoro Cícero tinha um péssimo costume, toda vez que o casal se encontrava com amigos ou familiares, ele fazia questão de colocar os defeitos ou falhas de Verônica à vista de todos. No começo ela levava na brincadeira, mesmo que isso a incomodasse, mas com o passar do tempo ela começou a não desejar mais encontrar-se com os amigos de ambos, pois ficava cada vez mais constrangida e envergonhada com a exposição de seus defeitos ou erros.

Quando ainda namoravam, uma tia de Verônica a alertou para esse detalhe, mas ela achou que isso não era tão relevante assim, apesar da tia lhe dizer que poderia ser algo extremamente dificultoso no relacionamento deles e que ela deveria repensar o casamento.

Ela achou que a tia estava se intrometendo demais, apesar de ter sido educada dizendo que ia pensar.

No entanto, a paixão falou mais alto que a razão e ela assumiu o compromisso do casamento. Agora sentia que deveria ter ouvido sua tia, pois sua vida estava ficando cada vez mais difícil. Sentia-se deprimida e já não rendia mais no trabalho como antes e nem tinha tanto prazer em sair com Cícero ou estar na companhia dele, ao invés disso preferia ficar em casa, onde sentia-se melhor.

Mulher triste, sozinha em casa, devido a relacionamento tóxico

O que você pensa a respeito:

  • O que estava acontecendo com Verônica?
  • O que você acha das atitudes de Cícero?
  • Como Verônica deveria reagir?
  • Você acha que ela deveria usar o mesmo recurso, humilhando Cícero na frente dos outros?
  • Será que ela deveria ter ouvido a tia?
  • Mas agora, o que ela deveria fazer?
  • Podemos chamar isso de relacionamento tóxico?
  • O que seria um relacionamento tóxico?

Esse é um típico caso de violência psicológica no relacionamento, em que um dos cônjuges faz questão de humilhar o outro na frente dos conhecidos para sentir-se mais importante e melhor que o outro. Não deixa de ser uma espécie de baixa autoestima por parte de quem usa tal recurso. Ele não deseja que as pessoas vejam suas falhas e para isso, ele mostra a de outros. Isso o faz sentir-se mais seguro diante de suas fraquezas. Mas não deixa de ser patológico e uma pessoa assim precisa buscar ajuda profissional para vencer suas barreiras psicológicas.

Geralmente pessoas assim buscam relacionamento com outras que são mais sensíveis e se sujeitarão aos seus ataques sem revidar – que foi o caso do casal Cícero e Verônica.

Essa foi uma história fictícia com nomes fictícios, mas que ilustra a realidade de muitos, e pode ser que você esteja passando por isso ou conhece alguém que tem a mesma dificuldade. Mas sim, esse é um relacionamento com um alto grau de toxicidade!

Bem, gostaria de falar um pouco sobre alguns tipos de atitudes que tornam o relacionamento tóxico e prejudicial e, para alguns, até fatal.

Pressão (ou violência) Psicológica: o que é?

É quando uma das pessoas envolvidas no relacionamento se coloca em atitude de poder e controle em relação à outra, tentando influenciar seus pensamentos, comportamento, decisões, emoções e percepção; e muitas vezes, isso acontece de maneira sutil e enganosa. Isso caracteriza-se por relacionamento tóxico.

Tipos de violência psicológica:

silhueta de casal com mulher ignorando o homem, mas também sugerindo que ele fala para ela algum tipo de pressão psicológica.

Essas atitudes podem ser: chantagens, humilhações, manipulações, ameaças, críticas constantes, desvalorização ou deboche em público, ofensas, silêncio como forma de punição. Esses são tipos de violência psicológica.

A pessoa afetada pode desenvolver alguns distúrbios como: baixo autoestima, crises de ansiedade, crises de pânico, retraimento social – o que levará a um isolamento, podendo evoluir para casos mais graves como depressão, por exemplo.

O domínio financeiro (o outro não tem direito ou autonomia sobre o próprio ganho ou acesso ao lado financeiro) é uma atitude manipuladora e, também é um tipo de violência psicológica. Mas há outros tipos de manipulações que também indicam um relacionamento tóxico ou violência psicológica: palavras intimidadoras, ameaça de punição, vitimização, ameaças de autopunição, recompensas mediante condições, terceirização da culpa, tratamento do silêncio, minimização da dor do outro, mentiras e enganos, elogios em demasia (pode parecer que é algo bom, mas o manipulador pode usar esse recurso para manter o controle), gaslighting (é a manipulação do senso da realidade da vítima, fazendo-a duvidar de suas memórias, percepção e sanidade mental, fazendo-a sentir que está ficando louca).

Atitudes do manipulador

Os manipuladores mudam de comportamento dependendo da situação, ora podem ser elogiosos e amigáveis ora críticos e hostis. Ele ainda pode se desviar da culpa encontrando palavras para se justificar ou inventar mentiras para parecer vítima da situação. Ele ainda pode usar o sarcasmo e contar piadas para intimidar o outro.

Quando o manipulador sente que está perdendo o seu espaço ele pode usar outros métodos como a violência física, por exemplo: segurar a outra pessoa com firmeza não dando liberdade para ação, socos, tapas, chutes, ou ainda, gritos e xingamentos.

Pessoas violentas precisam de tratamento e podem colocar em risco a vida dos envolvidos.

A pessoa que se utiliza da violência, geralmente volta ‘arrependido’, pedindo perdão e até chora, às vezes, dizendo que não vai mais fazer aquilo, e por um tempo se comporta com tanta doçura que o outro se convence da mudança, mas quando tem o outro na mão, volta a tomar as mesmas atitudes.

Quando o cônjuge utiliza esse método, e não se mostra disposto a conversar, buscar acordos, ou se tratar – se for o caso – a pessoa que é manipulada deve buscar ajuda e manter distância da relação o quanto antes. No entanto, isso deve ser feito com muita cautela e ajuda profissional, porque o que sofre a violência pode correr sérios riscos, muitas vezes até de vida.

Portanto, se você se encontra em tal situação busque ajuda profissional o mais rápido que puder. Há terapeutas especializados nessa área e saberão como conduzir o seu caso.

E mais urgente ainda é se o casal tem filhos, pois estes copiam as atitudes dos pais: onde há pais violentos, há a tendência para os filhos serem violentos também, e a exposição a essas atitudes tende a piorar a situação.

O Autoconhecimento também poderá te ajudar a entender quem você é e como você reagir às circunstâncias a sua volta. Temos outros posts que poderão te ajudar: O que é o Autoconhecimento, Como Desenvolver o Autoconhecimento, Vença suas Batalhas Pessoais e Conquiste uma Vida de Sucesso e Felicidade.

Combatendo fogo com fogo

silhueta de casal discutindo em umrelacionamento tóxico para ambos

O que foi tratado acima tem a ver com casos mais graves de violência, mais patológicos. Mas, e quando o lar é uma espécie de ringue de lutas, onde ambos os cônjuges revidam igualmente com gritarias, violência verbal, ofensas, palavrões, quebrando coisas em casa, ou então sair, batendo a porta atrás de si e deixando o outro a falar sozinho?

Isso é combater fogo com fogo.

E o que acontece quando tentamos apagar fogo com fogo? Todos se queimam.

Quando aplicado esse tipo de princípio ambos ficarão profundamente magoados e com cicatrizes profundas, isso tanto com o casal quanto com os filhos.

Violência gera violência e todos têm direito à paz e tranquilidade.

Isso não deixa de ser um relacionamento tóxico também, onde todos se prejudicam.

E o que é um relacionamento tóxico?

É aquele que prejudica mais que beneficia a um ou a ambos os cônjuges. Ele pode ser emocionalmente, psicologicamente e até fisicamente prejudicial. Ele se caracteriza pela competição, falta de apoio mútuo, ciúmes e uma forma de controle excessivo, críticas, ameaças, desrespeito, cobranças, e, ainda com muita frequência, por agressões psicológicas – chantagens, dissimulações – e mesmo até, por agressões físicas.

No entanto, o mais comum é o uso das palavras para diminuir, ofender ou oprimir o outro.

Na Bíblia há uma menção muito interessante sobre o poder das palavras para o mal: “Assim também a língua é um pequeno órgão, mas se orgulha de grandes coisas! Uma grande floresta pode incendiar-se por meio de uma fagulha pequenina. E a língua é uma chama de fogo. Está cheia de maldade e envenena todos os membros do corpo. E é o próprio inferno que ateia fogo à língua, que pode transformar toda a nossa vida numa chama ardente de destruição e desastre. Os homens têm domesticado, ou podem domesticar, qualquer espécie de animal ou ave que tem vida, e qualquer réptil ou criaturas do mar, mas nenhum ser humano consegue domar a sua língua. Ela é incontrolável e sempre está pronta a expelir seu veneno mortífero.” Tiago 3:5-8 NBV

Impressionante, não!? Mas triste também!

Vemos aí a urgência de exercício do domínio próprio.

Quando entendermos a necessidade de controlar a nós mesmos é que, então, sentiremos a necessidade de buscar um meio para que isso aconteça.

Mas a verdade é que o descontrole é uma força muito maior que nós mesmos e acaba nos vencendo na maioria das vezes. Portanto, precisamos de ajuda para isso. E a maior e mais sábia ajuda vem de Deus. Ele é quem nos conhece perfeitamente e saberá como nos ajudar nessa busca e controle.

Como sair de um relacionamento tóxico

Casal pensativo ambos olhando para frente sgurerindo vislumbrar alguma solução

Entender que somos descontrolados e que necessitamos de ajuda é o primeiro passo.

O segundo é saber pedir perdão e, também, perdoar.

O terceiro é submeter a Deus as nossas fraquezas e permitir que Ele nos ajude, fazendo de nós pessoas melhores.

O quarto é buscar viver uma vida onde o Espírito Santo possa agir e tenha liberdade para nos conduzir.

O quinto passo é estar atentos às mudanças sutis a que o mal nos leva e não deixar envolver-se.

Isso evitará que combatamos o fogo com fogo e nos permitirá desenvolver um amor verdadeiro que supra as necessidades do nosso coração. Um amor que faça o outro se sentir seguro e realmente amado. E um lar onde poderá reinar a paz e a harmonia.

Quando isso acontecer veremos faces felizes, sorrisos ao invés de choro, alegria ao invés de tristeza, amor ao invés de ódio, segurança no lugar da insegurança e medo.

Aliás, a Bíblia diz: “No amor não existe medo.” (I João 4:18 NBV)

E sabe o que afasta o medo do nosso lar, do nosso relacionamento?

João continua dizendo: “Seu perfeito amor por nós afasta o medo.” (idem) O amor de quem por nós? O amor de Deus.

E a descrição de João continua de forma bela e muito concreta: “Nós sabemos quanto Deus nos ama porque já sentimos o seu amor e porque cremos nele quando ele nos diz que nos ama profundamente. Deus é amor, e qualquer que vive em amor está vivendo em Deus e Deus está vivendo nele. E, à medida que vivemos em Cristo, o nosso amor se torna mais perfeito e completo; e, assim, nós não nos envergonharemos nem ficaremos perturbados no dia do juízo, mas poderemos apresentar-nos diante dele com confiança, porque nossa vida neste mundo é como a vida de Cristo. … Portanto, o nosso amor por ele vem como resultado de ele nos ter amado primeiro.” (I João 4:16,17,19 NBV)

O amor verdadeiro vem de Deus e só conseguiremos demonstrá-lo se aprendermos na Fonte.

Como desenvolver esse amor?

Casal aconchegado em uma imagem de campo, sugerindo reconciliação de um relacionamento tóxico
  1. Através da Palavra de Deus: ela é a fonte de sabedoria e traz muitos ensinamentos para enfrentarmos o nosso EU e alcançarmos a vitória. (Vença suas Batalhas Pessoais e Conquiste uma Vida de Sucesso e Felicidade)
  2. O perdão: esse é um tônico maravilhoso para o relacionamento, tanto pedir perdão quanto saber perdoar o outro.
  3. A paciência: assim como nós somos erradios, o nosso cônjuge também o é, por isso, desenvolver paciência com os erros do outro e ajudá-lo em suas dificuldades e necessidades é uma virtude que precisa ser praticada.
  4. Desenvolvendo um diálogo saudável: uma conversa madura e sensata faz com que os problemas não pareçam insolúveis. Podem ser difíceis, mas não insolúveis. O casal pode aprender a conversar e dedicar tempo para isso e com certeza, serão tremendamente beneficiados com esse aprendizado. Há um outro artigo no Blog que fala sobre esse tópico: Comunicação do Casal.
  5. Tempo para se conhecer e se relacionar: muitas vezes ficamos estacionados em nosso relacionamento porque não tomamos tempo para desenvolvê-lo. Achamos que o tempo em que namoramos foi suficiente, mas a verdade é que o namoro é só um pequeno começo para um grande ou pequeno relacionamento, dependerá de nós. Por isso, tomar tempo um para o outro a fim de que se conheçam e desenvolvam o relacionamento será algo bastante produtivo para o casal. Também há outros artigos que você poderá consultar aqui no Blog sobre essa temática: Como tornar a relação com seu cônjuge mais estável; Como resgatar a harmonia e a felicidade na relação conjugal; Não há dificuldades que um casal amparado por Deus não possa superar.
  6. Respeito: respeitar faz parte da arte do amor. Quem não respeita não ama de verdade, porque quando amamos verdadeiramente, queremos que o outro seja feliz e se sinta seguro ao nosso lado. Palavras amáveis, tom de voz, olhar manso (sem raiva), atitudes amistosas e pacíficas, atitudes amorosas, dizer ‘eu te amo’ (não só de palavra, mas de fato), são algumas das coisas que demonstrarão o respeito e amor pelo cônjuge.
  7. Oração: sim, orar sozinho e orar juntos. Colocar diante de Deus suas dificuldades e buscar incessantemente, sem desanimar, a força e a ajuda que vem Dele.
  8. Leituras: há muitos bons livros que podem ajudar vocês a desenvolverem um relacionamento saudável um com o outro e, também com Deus. Ainda vou fazer um post com esse conteúdo, mas por hora vocês podem pesquisar e com certeza vão encontrar muita coisa boa que os ajudará nessa etapa. Há dois livros meus que poderão ajudar no conhecimento de si mesmo e no relacionamento com Deus: No Deserto Da Vida e A ‘Loucura’ de Deus

Conclusão

mãos dadas de um casal

Bom, essas são apenas algumas ideias para ajudá-los nessa fase. Há outros artigos aqui no Blog que envolvem relacionamento e que vocês poderão consultar se desejarem se aprofundar mais.

Minhas palavras finais são: ao cultivar o amor e a harmonia no lar vocês colaborarão com um crescimento pessoal saudável tanto no relacionamento de vocês, quanto no pessoal de cada um, bem como no dos filhos. Em suma, todos tem a ganhar. Por isso, vale muito tentar.

E lembrem-se: O amor é mais poderoso que a violência, e é o mais poderoso, para vencer a coerção e a rejeição. Portanto, amem com todo o coração e sinceridade – um amor verdadeiro!

Um abraço

Ivanise

PS.: Ah! E não deixe de compartilhar esse post. Outros podem precisar também!

Obrigada por tomar tempo para ler e, se desejar, pode deixar seu comentário!

Outros artigos da autora.

Livros disponíveis da autora: impressos e ebooks

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Pode te ajudar em caso de relacionamento tóxico.
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Uma história empolgante que também fala de relacionamentos, na parábola do Filho Pródigo.

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