O QUE FAZ UM RELACIONAMENTO SE DESGASTAR E PERDER A GRAÇA? COMO RESGATAR A HARMONIA E A FELICIDADE.

Você já se perguntou o que faz um relacionamento se desgastar, perder a graça, a vida?

O que está acontecendo em seu relacionamento? Onde vocês se perderam?

Por que as coisas chegaram ao ponto em que chegaram?

Como as coisas podem voltar ao que eram?

O que você vai encontrar nesse artigo:

1. Introdução: Uma breve história.
2. O que faz um relacionamento se desgastar
3. Fatores que exercem influência no desgaste da relação
4. Conclusão: E então, o que fazer?

1. Uma Breve História

Hoje vou começar com uma pequena história:

Num minúsculo planeta havia um pequeno príncipe que vivia seus dias solitários, tentando tirar os baobás que insistiam crescer ali e quando estava muito triste assistia ao pôr-do-sol, e o fazia tantas vezes quanto quisesse, pois era só colocar a cadeira mais para trás e podia volver a vê-lo se pôr.

No entanto, certo dia uma ‘erva’ diferente apareceu e ele ficou a observar para saber se teria que tirá-la. Mas para sua surpresa, uma linda flor surgiu e ele encantou-se com ela. No entanto, a flor era vaidosa e exigente e sempre tinha algo a reclamar: ora era o vento, ora era seu medo pelos tigres, ora era o frio. Fazia exigências como ter uma redoma de vidro para protegê-la do frio, ou então sua necessidade de água, ou de proteção etc.

Falava muito e até fora surpreendida em mentiras, e quando o fazia, passava a tossir, fingindo estar resfriada.

“Assim, o principezinho, apesar da sinceridade do seu amor, logo começara a duvidar dela. Levara a sério palavras sem importância, e isto o fez sentir-se muito infeliz.

_ Não devia tê-la escutado – confessou-me um dia -não se deve nunca escutar as flores. Basta admirá-las, sentir seu aroma. A minha perfumava todo o planeta, mas eu não sabia como desfrutá-la. Aquela história das garras (do tigre), que tanto me irritava, devia ter-me enternecido… Não soube compreender coisa alguma! Deveria tê-la julgado por seus atos, não pelas palavras. … Não podia jamais tê-la abandonado. Deveria ter percebido sua ternura por trás daquelas tolas mentiras. As flores são tão contraditórias! Mas eu era jovem demais para saber amá-la.” (Exupéry – “O Pequeno Príncipe” – pág. 28-31)

Tanto fez a flor que acabou afastando aquele que podia cuidar dela! O pequeno príncipe deixou seu planeta para encontrar paz em outro lugar.

Antes de continuar, gostaria de fazer algumas perguntas para você pensar e responder:

• Como o relacionamento entre o príncipe e a sua flor começou? Como terminou?
• O que a flor fez para o relacionamento se desgastar?
• Que atitudes da flor aborreceram o príncipe?
• Havia algo que ele pudesse ter feito ao invés de ir embora?
• O que ele perdeu ao sair do seu planeta?
• O que ela perdeu ao ficar sem a companhia do pequeno príncipe?
• Como será, ficou a flor, se não havia mais ninguém no planeta, a não ser o príncipe e ela?
• Como poderiam ter resolvido o conflito entre eles?
• Havia algo a fazer?

2. O que faz um relacionamento se desgastar e perder a graça, a vida?

Um relacionamento, no começo, é sempre cheio de paixão, doação, cuidados, momentos gostosos, alegria…

O que acontece, então, para tudo isso arrefecer?

Onde começam as dificuldades?

Elas precisam existir?

O que fazer para não chegar a uma ruptura?

O que faz um relacionamento se desgastar?

Pois bem, querer que um relacionamento não tenha dificuldades é algo irreal.

À medida que nos envolvemos com o nosso par, começamos a descobrir quem ele realmente é, e também revelamos quem somos. E com isso aparecem também nossos defeitos. Porém, isso está longe de ser algo ruim, mas é algo natural e necessário, pois relacionamentos se aperfeiçoam no dia a dia e com as experiências que o casal soma.

A diferença está em como são encaradas todas essas experiências e a disposição que os dois têm de lidar com os problemas que surgem na relação.

Depois que a paixão passa temos a tendência de nos cansar facilmente com as atitudes do outro. Mas será que essas atitudes não estavam ali antes?

Muitas estavam, porém fazíamos questão de não ver. No entanto, a convivência diária acaba mostrando a nossa intolerância para algumas coisas que antes não nos incomodavam tanto, mas que agora começam a tomar outras proporções. E nossa paciência vai chegando a um limite até que não conseguimos tolerar mais.

Então, quais são esses problemas? O que faz um relacionamento se desgastar? Como reconhecê-los? Como lidar com eles? (Há outros artigos que podem te ajudar: Relacionamento conjugal: Como o relacionamento pode melhorar com o autoconhecimento e tornar a relação com seu cônjuge mais estável; Vença sua batalhas pessoais e conquiste uma vida de sucesso e felicidade)

3. Fatores que exercem influência para o relacionamento se desgastar

a) A indiferença com os sentimentos do outro:

No período do namoro parece que valorizamos a companhia do outro e fazemos questão de estar ao seu lado. Deixamos até coisas que gostamos de fazer para estar na companhia de quem amamos.

No entanto, ao nos casarmos, parece que nos damos por satisfeitos e achamos que nada disso mais é necessário. É mais ou menos como algo que conquistamos e parece perder todo o brilho, pois já está em nosso poder. E então achamos que agora é hora de dar atenção a outras prioridades.

E aí está o nosso primeiro erro: deixamos de priorizar quem amamos para dar lugar a outras coisas, outros sonhos, outras conquistas. Isso não quer dizer que deixamos de amar o nosso cônjuge, ou que ele não é mais importante, mas que ele já não ocupa o lugar mais relevante em nossa vida. No entanto, isso faz o relacionamento se desgastar.

E com essa atitude ferimos a pessoa a quem antes dedicávamos tudo o que de melhor tínhamos.

Os momentos de namoro se tornam mais raros, as conversas ficam para um segundo plano, as atenções são desviadas, muitas vezes, para o lado profissional ou para os filhos que chegam, os sonhos do casal ficam em segundo plano, e aquilo que o outro diz não é ouvido.

Os dias vem e vão sempre do mesmo jeito, sem tempo para estarem juntos e valorizarem a companhia um do outro, o que faz com que, aos poucos vão se tornando estranhos nessa relação que começou cheia de amor.

b) Palavras ferinas:

Quando o casal se torna estranho um ao outro, a tendência é surgirem situações que aborrecem e aí não há mais incômodo em falar o que se pensa sem antes ponderar no que se deve ou não dizer.

Palavras desagradáveis passam a fazer parte do colóquio do casal e elas vão tomando o lugar das palavras amáveis e enriquecedoras.

E palavras são como uma faca muito afiada que corta e fere profundamente. Muitas delas sangram a alma e começam a criar feridas difíceis de tratar.

O casal não se importa mais com o resultado que advém disso, mas sim, com ver que vence a disputa e em deixar o outro mais ferido que na tentativa anterior.

c) A dedicação excessiva à profissão/trabalho:

Soma-se à situação anterior o fato de que um, ou ambos, acabam se entregando ao lado profissional de forma integral sem dar tempo para a família ou, fazendo isso de forma muito superficial, o que vai gerar mais conflitos, fazendo o relacionamento se desgastar mais ainda.

Geralmente o marido se dedica mais ao trabalho e a esposa acaba se dedicando aos filhos.

Muitas vezes, essa dedicação é desculpa para estar fora dos conflitos familiares e das exigências do cônjuge e isso se torna perceptível criando uma situação mais conflituosa ainda.

d) Brigas constantes, falta de comunicação ou comunicação deficiente:

Pela desculpa da falta de tempo para empatarem na relação, o casal não desenvolve uma comunicação satisfatória e permanecem naquela comunicação do início da relação que é superficial.

A fim de crescerem no amor e na experiência relacional, o casal necessita tomar tempo para conversar, pare se conhecer melhor, para se aprofundar no relacionamento, para serem parceiros, amigos e companheiros.

A falta de comunicação também gera uma comunicação deficiente e um estranhamento na relação, o que faz surgir brigas cada vez mais frequentes e muitas acabam se tornando irreconciliáveis, levando a uma ruptura da relação.

Uma relação que se dissolve deixa muitos feridos no ‘campo de batalha’.

e) Valorizar mais as amizades do que o cônjuge, ou valorizar mais os de fora que os de dentro:

Quando não há prazer na companhia da pessoa que faz parte do seu relacionamento conjugal, a tendência é buscar algo que preencha esse vazio, daí o buscar a companhia dos amigos mais que a do cônjuge, valorizar mais os encontros profissionais, ir com os amigos para um ‘happy hour’ depois do trabalho e deixar o cônjuge com as tarefas filiais e caseiras sem se importar mais com isso.

E os atritos vão continuar crescendo a ponto das conversas serem um tormento e estar em casa, algo extremamente desagradável.

f) Finanças descontroladas:

Esse é um fator muito estressante para a relação conjugal.

Quando o casal não consegue manter suas finanças sob controle, seja por não saberem fazer um orçamento, ou por gastarem mais do que ganham, muitas desavenças derivarão dessa situação.

A necessidade de escolherem um dia no mês para fazer o orçamento, colocar as despesas a par um do outro, saber onde precisam ajustar-se, como economizar ou como gastar, o que podem ou não fazer com o salário mensal etc., é algo que deveria estar em suas prioridades.

Mais uma vez, a necessidade do casal tomar tempo para se comunicar é muito importante, pois evitará muitos desgastes futuros e uma derrocada financeira também.

g) Valorização pessoal e do outro:

Quando o relacionamento tende a se tornar difícil o casal acaba perdendo aquele desejo de ver o outro como alguém importante e de valor para si.

Não consegue mais enxergar as qualidades do cônjuge, as coisas boas que ele faz ou já fez, os valores que ele tem, os princípios que regem a vida dele. Tudo é motivo para desfazer o outro e tornar a relação deprimente.

O outro não é mais tão bonito, não é nem de longe perfeito, tudo o que ele faz é errado, não sabe se arrumar…

Enfim, todas as coisas que surgem de errado na relação, a culpa é sempre do outro. Aquela pessoa perdeu o valor para si e todas as outras pessoas são melhores que ela.

E muitas vezes os dois se perdem na falta dessa valorização e acabam perdendo também o senso do valor próprio.

h) Falta de Deus no relacionamento:

Esse, para mim, é um fator determinante.

Quando Deus não está presente numa relação, o amor verdadeiro não está ali, “porque Deus é amor” (I João 4:8). Ele é a fonte do amor. É quem nos conhece perfeitamente e sabe o que é melhor para nós. Ele é fator de união, e é o que gera harmonia e felicidade. Ele é quem faz tudo se completar e complementar. É o começo e o fim e é Nele que encontramos a verdadeira paz.

E então, o que fazer? (Conclusão)

1) Primeiramente, buscar olhar o outro com os mesmos olhos do início do relacionamento.

Por mais que isso esteja muito distante, lembrar como era e tentar reaver esse detalhe é muito importante, pois voltar ao início nos faz lembrar como tudo começou, quem era o cônjuge para você, quais eram os sentimentos de um para o outro, os planos que tinham para a relação e para a vida, os sonhos que ficaram no esquecimento, enfim, tentar reencontrar esse passado.

2) Buscarem um acordo quanto ao tempo que devem dar um ao outro e se esforçarem para cumprir esse acordo. Talvez vocês tenham que abdicar de algum tempo no trabalho, com amigos, até mesmo com as atividades da igreja, se vocês fazem parte de alguma denominação religiosa, ou ainda, com o tempo dedicado ao esporte favorito.

Tomem tempo para conversar abertamente sobre os problemas sem ofensas ou brigas, mas com a intenção de ouvir, entender, ser empático e buscar soluções adequadas e sensatas. Temos um post sobre isso: A Comunicação do Casal, você pode acessá-lo também.

3) Busquem leituras que tenham a ver com as necessidades de vocês a fim de crescerem juntos, entenderem um ao outro, fortalecer a comunicação e a relação.

4) Se o problema envolver finanças, busquem ajuda de um profissional que possa orientá-los. Há muitos cursos nessa área hoje em dia e, com certeza vocês encontrarão algo dentro do orçamento de vocês.

5) Façam um compromisso entre vocês de usarem somente palavras amáveis um para o outro e se, deslizarem no compromisso, saibam pedir perdão, saibam perdoar. Esses dois quesitos são muito importantes no relacionamento.

6) Aprenda a entender o cônjuge e dar valor às qualidades e valores que ele tem. Vocês um dia já viram isso um no outro e nada impede de que possam ver novamente.

7) Por fim, coloquem Deus em primeiro lugar na vida de vocês e busquem a presença Dele juntos. Ele é o mais interessado na relação e na felicidade de vocês. Comecem tirando um tempo para orarem juntos diariamente, colocando diante Dele as dificuldades de vocês e o desejo de resolverem esses impasses. Leiam juntos I Coríntios 13 e busquem colocar em prática cada detalhe desse amor verdadeiro. (Você pode ler também: Não há dificuldades que um casal amparado por Deus não possa superar.)

Como o pequeno príncipe da história do início, vocês não precisam desistir da ‘sua flor’, mas aprender a cuidar dela, procurar entendê-la, dar-lhe atenção, dedicar tempo a ela e ajudá-la a vencer as suas dificuldades com o amor dedicado e profundo que você pode dar a ela.

Acreditem em vocês. Deem um voto de confiança um ao outro e para Deus. Vocês podem conseguir. Eu acredito nisso!

Um abraço

Ivanise

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Obrigada por tomar tempo para ler e, se desejar, pode deixar seu comentário!

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