COMO A DEPRESSÃO AFETA O RELACIONAMENTO CONJUGAL: DICAS PARA LIDAR COM ESSE DESAFIO JUNTOS

O que você encontrará nesse artigo sobre a depressão:

1. Introdução: A depressão e a condição mental e física
2. Como os sintomas da depressão podem afetar o relacionamento conjugal
3. Como trabalhar os problemas relacionados à depressão
4. Necessidades essenciais para o casal
5. Conclusão

Introdução: A depressão e a condição mental e física

A depressão é uma condição de saúde mental que pode ter um impacto significativo no relacionamento, incluindo o relacionamento conjugal. Seus sintomas, como tristeza persistente, fadiga, desânimo e perda de interesse em atividades outrora prazerosas, podem gerar desafios imensos para o casal.

“De acordo com estudo epidemiológico a prevalência de depressão ao longo da vida no Brasil está em torno de 15,5%. Segundo a OMS, a prevalência de depressão na rede de atenção primária de saúde é 10,4%, isoladamente ou associada a um transtorno físico.” https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/depressao

A prevalência da doença ao longo da vida é: mulheres 20%; homens 12%. E entre os casais, 80% dos relacionamentos são afetados pela depressão do parceiro.

Entre os sintomas da depressão encontramos:

• Sensação de tristeza
• Autodesvalorização
• Falta de energia
• Falta de concentração
• Queixas de falta de memória, de vontade e de iniciativa
• Insônia
• Falta ou aumento do apetite
• Redução do interesse sexual
• Dores e sintomas físicos difusos

Como os sintomas da depressão podem afetar o relacionamento conjugal

– Dificuldade de comunicação:

A falta de energia e desmotivação podem dificultar a expressão de sentimentos e necessidades, levando a mal-entendidos e ressentimentos. A pessoa afetada sente-se, na maioria das vezes desmotivada, o que dificulta a resolução dos conflitos gerando mais atritos entre o casal.

Uma outra dificuldade é a falta de concentração fazendo com que o diálogo aconteça de maneira deficiente e o casal não consiga concluir assuntos importantes.

Para que haja uma boa comunicação entre o casal, há a necessidade de que, tanto o emissor quanto o receptor, interpretem corretamente as mensagens. Isso que não acontece devidamente quando há um dos dois com problemas depressivos. E isso ocasionará mais aborrecimentos ainda entre eles. (Se desejar ler mais sobre o assunto: A Comunicação do Casal)

– Isolamento social:

O desinteresse por atividades conjuntas pode levar o casal a se afastar de amigos e familiares, e também entre si, intensificando ainda mais o sentimento de solidão.

A falta de interesse em estar presente em reuniões de amigos e familiares, sair para passeios em família, viajar, ou uma simples ida a um restaurante são esforços extenuantes para o depressivo o que o faz declinar dessas atividades, gerando conflitos entre o casal e afetando ainda o convívio da família ou casal com outros.

Atividades que antes eram prazerosas tornam-se em algo aborrecível e dificultoso.

– Conflito e irritabilidade:

A frustração e a baixa autoestima podem gerar explosões de raiva e conflitos frequentes.

A parte afetada pela doença considera muito dificultoso lidar com os problemas e dentro de si duas partes conflituam: querer e não querer resolver. E isso vai gerar ou as explosões de raiva já mencionadas, ou ainda uma ‘incompetência’ em gerir os problemas.

O que vai acontecer é que o casal entrará em um círculo sem fim de discussões e desentendimentos, ou numa jornada de agressões emocionais e psicológicas, o que agravará mais ainda o problema.

– Diminuição da intimidade:

A falta de libido e a desmotivação geral podem afetar a vida sexual do casal.

Há uma diminuição sensível do interesse sexual. A apatia, a falta de concentração e energia, o cansaço persistente, as dores, e os outros problemas gerados pela falta de comunicação adequada ocasionarão um afastamento físico do casal, sem nenhum interesse daquele que está com a doença fazer questão de resolver, aliás, para ele será mais cômodo que fique como está, pois, ele não necessitará colocar mais energia (que ele nem tem) em algo que está fora do seu interesse.

– Negligência com as responsabilidades:

A dificuldade de concentração e a apatia podem levar ao acúmulo de tarefas domésticas e outras responsabilidades, gerando estresse e sobrecarga para o parceiro saudável.

Haverá ainda o desleixo pela aparência e, algumas vezes, até pela higiene pessoal.

É comum ver pessoas depressivas que abandonam quase ou totalmente o cuidado da casa e dos filhos (no caso das mulheres). E nos homens, falta de produção no trabalho, desinteresse em progredir, falta de esforço em fazer pequenas tarefas caseiras que antes executava sem dificuldades.

– Estresse adicional:

O parceiro que não sofre de depressão muitas vezes enfrenta estresse adicional ao tentar apoiar o parceiro deprimido.

Essa é uma situação bastante agravante, pois pode gerar problemas de saúde no outro também, o que piorará mais ainda o relacionamento.

O estresse gera debilidade física e mental deixando o parceiro não depressivo, à mercê de um colapso também.

Como trabalhar os problemas relacionados à depressão

– Comunicação aberta e honesta:

Estabeleça um ambiente seguro para que ambos possam expressar seus sentimentos e preocupações.

É muito importante que o casal não se intimide e nem desista de resolver seus desentendimentos.

Terá que haver paciência por parte de quem não é o afetado pela depressão, mas também haverá necessidade de que o depressivo se esforce para querer que as coisas se resolvam. Muitas vezes ele necessitará de um esforço muito grande e sinta que as energias se esgotam, mas deve persistir no desejo de ver tudo resolvido. Ele precisará se concentrar bastante para entender o que está sendo tratado e colaborar na comunicação para que ela se torne eficiente.  

– Busque ajuda profissional:

Procure a orientação de um terapeuta ou conselheiro que possa ajudar o casal a entender e lidar com os efeitos da depressão no relacionamento.

A terapia pode ajudar o casal a fortalecer a comunicação, resolver conflitos e desenvolver mecanismos saudáveis ​​para lidar com a depressão.

Muitas coisas podem ser esclarecidas no meio terapêutico, o que facilitará muito para o casal, gerando menos atritos e formas saudáveis e pontuais de resolver os problemas e encontrar meios para ter de volta a saúde.

Ambos devem querer o tratamento – no caso da terapia de casal – para que haja efetividade no tratamento, e ambos devem colaborar como terapeuta.

Mas também poderá ser buscado o tratamento individual para que o depressivo encontre meios e ferramentas eficazes para combater o mal que lhe aflige.

– Eduquem-se sobre a depressão:

Aprender sobre a depressão pode ajudar o parceiro não deprimido a entender melhor o que o outro está passando.

Busquem materiais sobre o assunto. Há bons livros e blogs (como esse) que podem ajudar. Eu mesma, quando passei por essa fase há um bom tempo atrás, encontrei em um livro uma excelente fonte de ajuda. Vou deixar o nome dele aqui (Como Vencer a Depressão – Tim LaHaye) – há alguns livros com esse nome, mas eu me refiro ao autor indicado. Também escrevi um livro que, de certa forma, fala um pouco sobre a minha experiência passando por esse deserto da alma. Ele se chama No Deserto da Vida (o nome está lincado e vai te levar direto ao meu site ou às lojas).

Vocês poderão ter uma experiência rica para entender o processo em que estão passando, seja enfrentando a doença ou convivendo com alguém que está passando por ela, ao ler esses materiais.

Muitos materiais que circulam pela internet, mas busquem aqueles que tem algum vínculo profissional com essa área para que não acabem incorporando ideias erradas a respeito.

Há ainda bons vídeos e reportagens sérias que ajudarão vocês a entenderem um pouco mais sobre o assunto e assim poderem ajudar um ao outro.

Leiam, se informem. A informação e o conhecimento, de certa forma, libertam.

– Crie uma rede de apoio:

Procure o apoio de amigos, familiares ou grupos de apoio que possam oferecer suporte emocional durante esse período difícil.

Uma rede de apoio é muito importante, ainda mais se já houve tentativas de suicídio (nem toda depressão leva a isso, mas há a necessidade de ficar atento). Por isso, se acerquem de ajuda. Será muito valioso.

– Pratique a empatia:

Tente colocar-se no lugar do seu parceiro e mostrar empatia e compreensão durante os momentos difíceis.

Essa, acredito ser uma das partes mais difíceis para quem convive com depressivos, pois a paciência pode chegar a um limite insuportável e a perda dela é inevitável.

Por isso, o conhecimento, o tratamento, a rede de apoio, todos esses são muito importantes.

É muito difícil ajudar quem parece não querer ajuda, mas, acredite, essa pessoa precisa muito de você.

– Terapia de casal:

A terapia pode ajudar o casal a fortalecer a comunicação, resolver conflitos e desenvolver mecanismos saudáveis ​​para lidar com a depressão.

Não hesitem buscar ajuda, pois esse é um assunto sério, muita coisa pode estar em risco!

Um terapeuta saberá como conduzir vocês em um caminho seguro, ajudando-os nos conflitos, no tratamento e na busca da cura. Sim, há muitos tipos de depressão que tem cura, só precisam de uma condução correta.

– Cuidar de si mesmo:

Ambos os parceiros precisam reservar tempo para atividades que lhes tragam prazer e bem-estar, como hobbies, exercícios físicos ou momentos de relaxamento.

A atividade física é de suma importância no tratamento da depressão. Exercícios aeróbicos ajudarão na produção de substâncias poderosas ao cérebro, como as endorfinas, que ajudarão no bem-estar, na produção de energia, na memória etc. (Sugestão de artigo sobre a saúde)

Façam uma rotina diária de exercícios. Se puderem contratem um profissional da área para ajudá-los, se não, uma rotina de caminhadas diárias de 30 minutos a uma hora, poderão ser muito valiosas.

Um depressivo não buscará isso por si só, você precisará ajudá-lo, incentivando, mas mais que isso, fazendo com ele para que ele não desanime e desista.

– Oração:

Busquem esse hábito na vida de vocês. Orem juntos. Leiam a Bíblia. Busquem a presença Daquele que tudo sabe. Ele conhece os melhores caminhos e ajudará vocês a vê-los. Então, busquem. “Vocês me procurarão e me encontrarão quando me procurarem de todo o coração.” Jeremias 29:13 NBV

Necessidades Essenciais para o Casal:

• Buscar informações confiáveis sobre a depressão: Compreender o distúrbio e seus sintomas é fundamental para lidar com os desafios de forma eficaz.
• Estabelecer limites claros: Definir limites saudáveis ​​em relação às responsabilidades e expectativas pode ajudar a evitar sobrecarga e ressentimentos.
• Celebrar as conquistas: Reconhecer e celebrar os progressos, por menores que sejam, pode motivar o casal a seguir em frente.
• Paciência e persistência: A superação da depressão é um processo gradual que exige paciência, persistência e apoio mútuo.
• Desenvolver estratégias de enfrentamento: Trabalhem juntos para desenvolver estratégias de enfrentamento eficazes que possam ajudá-los a lidar com os sintomas da depressão.
• Manter a esperança: Lembre-se de que a depressão é tratável e que, com o tempo e o apoio adequado, é possível superar essa fase difícil juntos.

Conclusão

A depressão pode ser um desafio significativo para os casais, mas com o apoio mútuo, comunicação aberta e a busca de ajuda profissional, é possível superar essa dificuldade e fortalecer o relacionamento. Lembre-se de que vocês não estão sozinhos e que existe esperança para um futuro mais brilhante juntos.

Com tratamento adequado e apoio mútuo, é possível superar a depressão e fortalecer o relacionamento conjugal.

O amor e o compromisso podem ser a força que vocês precisam para superar os desafios da depressão e construir um futuro mais feliz e saudável para o casal.

Não desistam de lutar um pelo outro e pelo relacionamento conjugal!

Por mais que os caminhos a percorrer se mostrem difíceis e cinzentos vocês conseguirão percorrê-los! Vocês não estão sozinhos. Deus está interessado em ajudá-los a sair dessa. Confiem Nele e em Suas promessas!

Força e sucesso para vocês!

Um abraço

Ivanise

Espero que você tenha tido uma rica experiência ao ler esse artigo!

Se você deseja saber mais sobre esse assunto, sugiro a leitura do livro: NO DESERTO DA VIDA. O link para adquirir está aqui.

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Livros disponíveis da autora: impressos e ebooks

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