DEUS ME BLOQUEOU? DESVENDANDO AS CRISES DE FÉ
O que você encontrará nesse artigo:
- Introdução: Deus me bloqueou?
- A dor que machuca
- Crises
- Explorando a dúvida
- Crises da Fé como Oportunidades de Crescimento
- Encontrando Respostas e Consolo
- Como e Onde Encontrar as Respostas?
- Lembrando da Presença de Deus
- Conclusão
DEUS ME BLOQUEOU? DESVENDANDO AS CRISES DE FÉ
Introdução:
Deus me bloqueou? Você já se sentiu como se Deus tivesse virado as costas para você? Como se suas orações não fossem ouvidas e seus pedidos não chegassem ao céu? Essa sensação de desconexão e questionamento da fé é algo que muitos cristãos vivenciam em algum momento de suas vidas. É uma jornada comum para muitos de nós, mas é importante lembrar que esses momentos desafiadores – de crises de fé – podem ser oportunidades para um crescimento espiritual profundo.
A Dor que Machuca
“Maldito seja o dia em que nasci! Maldita seja a noite em que se disse: ‘Nasceu um menino!’. Espero que aquele dia seja transformado em trevas profundas, e Deus, lá no céu, se esqueça dele e não deixe a luz brilhar sobre ele. Espero que ele fique para sempre encoberto por nuvens escuras, preso para sempre na mais profunda escuridão. Que aquela noite fique escura e fria para sempre! Tomara que ela não seja contada entre os dias do ano! Seja aquela noite solitária e triste, e nela se não ouçam os gritos de alegria! Amaldiçoem aquele dia aqueles que amaldiçoam os dias…
Que se apaguem as estrelas matutinas, que ela espere a luz da manhã, mas a luz não venha; e não veja os primeiros raios de luz no horizonte, pois ela deixou que minha mãe me desse à luz e me obrigou a passar por todo esse sofrimento! ‘Quem me dera morrer antes de ter nascido, ou tivesse morrido ao nascer’.” Jó 3:3-11 NBV
Essa foi a oração de um homem que fora rico e abençoado, e tivera muitos aos seus pés, porém agora não tinha nem como tratar a doença que o acometera. Tivera uma grande família, mas perdera a todos em um acidente trágico. Seus muitos bens escorreram por entre seus dedos e a miséria bateu à sua porta. Seus amigos o criticavam pela situação em que se encontrava. A única coisa que lhe ficara fora a esposa que zombava dele por não reagir como ela esperava. Não lhe restava nem a dignidade nem o orgulho nem a vaidade. Tudo se fora. Sua situação era de causar espanto e pena em que o via, não precisavam nem conhecer como era sua vida antes para ter dó!
Miserável!
Era nisso que se tornara aquele homem rico, honrado, respeitado e diplomado!
Crises
Você já se viu em uma situação semelhante? Crise financeira, ou familiar, ou conjugal; crise no trabalho; uma doença grave ou terminal – pessoal ou de algum familiar; perda de um ente muito querido; traição, falência, abandono dos amigos, ou supostos amigos…
Crises difíceis de superar que causam amargura, dor e comiseração própria. Um sentimento de abandono, de alheamento do Universo, como se você não existisse ou sua dor não importasse a ninguém, nem a Deus!
Exatamente: onde está Deus quando você está sendo dilacerado pela dor? Onde Ele está quando você está se debatendo com tantos problemas que parece não vai aguentar? Onde Ele está quando todos abandonam você e o criticam pela sua situação? Será que Ele existe? Ou se existe, se importa mesmo com você?
Onde está Deus quando há tantos sofrendo? Tantas crianças abandonadas ou maltratadas? Tantas guerras e tragédias? Tanto desinteresse dos governantes pelo povo que luta desesperadamente para sobreviver?
“Senhor, ouça as minhas palavras! Escute a oração que eu faço em silêncio, gemendo! Atenda à voz do meu clamor; meu Rei e meu Deus; ouça o meu pedido de socorro!” Salmos 5:1,2 NBV
A dor do homem é antiga e, o desejo por libertação da dor acompanha a humanidade desde que o homem escolheu seguir seus próprios desejos, esquecendo-se de manter sua fé em Deus.
Explorando a Dúvida:
A dúvida pode ser uma parte natural da jornada de fé. Às vezes, nos questionamos se Deus está nos ouvindo, se Ele se importa conosco ou se realmente nos ama. Essas perguntas podem ser desconfortáveis, mas também podem nos levar a uma compreensão mais profunda de nossa fé e de quem somos em relação a Deus.
Todos passamos por momentos difíceis em algum momento da vida, uns mais outros menos. Uns conseguem superar outros se desesperam. Alguns se entregam à dor e sucumbem a ela. Outros lutam, mas parece que seus esforços não dão em nada, e a forma de reagir é, muitas vezes, duvidando de Deus e de Seu interesse pela humanidade, ou ainda de que Ele é capaz de resolver seus problemas ou ao menos ajudar.
Por que não é fácil confiar? Por que tudo parece tão difícil, muitas vezes? Por que não conseguimos, simplesmente, descansar à sombra do bom Pastor?
“Temos também um deserto a transpor em nossa jornada pela vida. A maneira como o olhamos e como caminhamos por ele nos fará pessoas diferentes. Mas para isso teremos que sentir a areia quente sob nossas sandálias, o sol abrasador sobre as nossas cabeças, o frio da noite, a solidão e o desejo de companhia, as pedrinhas, a necessidade de sombra e água, o desejo de proteção, reconhecer quando estamos perdidos, para então chegarmos aos pastos verdejantes do outro lado do deserto.” (No Deserto da Vida p. 6)
“Quando não conhecemos a Deus suficientemente não conseguimos confiar em Seus planos e nem entendê-los e muitas desculpas são colocadas diante dos acontecimentos, que muitas vezes parecem óbvios.” (No Deserto da Vida p. 10)
Crises de Fé como Oportunidades de Crescimento:
Em vez de ver as crises de fé como obstáculos intransponíveis, podemos vê-las como oportunidades para um crescimento espiritual significativo. Quando nos encontramos em um lugar de dúvida e questionamento, temos a chance de mergulhar mais fundo em nossa fé, buscar respostas, fortalecer nossa relação com Deus e emergir mais fortes do que nunca.
Depois de todo o infortúnio que veio sobre Jó, de quem falamos no início, ele reagiu da seguinte forma: “Ao ouvir isso, Jó se levantou, cheio de tristeza, rasgou o manto e rapou a cabeça. Depois, ajoelhou-se, colocou o rosto junto ao chão em adoração, e disse: ‘Saí nu do ventre da minha mãe, e nu vou partir. O Senhor me deu, o Senhor tomou de volta; louvado seja o nome do Senhor.” Jó 1:20,21 NBV
Jó ainda não conhecia a Deus o suficiente para saber que tudo o que lhe acontecera não vinha de Deus, mas de seu inimigo mais cruel. Ele ainda percorreria um caminho cheio de dor até começar a entender um pouco a Deus e Seus planos e Sua maneira de agir.
Outro personagem que passou por uma experiência igualmente difícil e dolorosa foi Moisés. “Ele deixara de compreender a necessidade de se conectar com Deus e seguir Seus planos. Quisera agir por si, por seus métodos e equivocou-se grandemente. Muito tinha a aprender e Deus lhe proveu uma grande escola: o deserto. Ali, junto às ovelhas do seu sogro e das durezas e desafios daquele humilde trabalho, Moisés iria adquirir as armas necessárias para a grande luta do futuro, a qual ele jamais poderia imaginar como seria. Nem sempre as aparentes derrotas são exatamente assim. Muito há por detrás delas e se aprendermos a olhá-las de maneira diferente, elas poderão ser poderosas armas para o aprendizado da vida, não importa em que altura da vida estamos. O segredo é como as olhamos!” (No Deserto da Vida p. 11,12)
Encontrando Respostas e Consolo:
“Moisés se vê diante da encruzilhada de sua vida. Todos os caminhos lhe parecem confusos e incertos. Não sabe qual direção tomar. O desespero toma conta de sua vida. Esse é um momento difícil e delicado para todos nós. É como olharmos para todas as direções e não encontrarmos um caminho para seguir. Como Moisés, nos sentimos sós e desamparados. Muitas vezes, temos atrás de nós um passado desmoronado, sonhos desfeitos, uma tragédia que parece insuperável, dores emocionais profundas, um relacionamento desfeito… Sentimo-nos sem chão para pisar e a nossa vontade é de gritar desesperadamente para ver se alguém nos ouve, tem compaixão de nós, entende nossas lutas. … Todos parecem levar suas vidas normalmente e não estão interessados em saber o que estamos sentindo, o que estamos passando. É igual a estar só.” (No Deserto da Vida p. 12,13)
Muitas vezes nos voltamos contra Deus culpando-O por nossa sorte, mas esquecemos de olhar para a nossa trajetória e tentar ver as coisas que fizemos ou negligenciamos e que, muitas vezes, acabaram nos levando para os caminhos que estamos percorrendo.
E Deus em Sua sabedoria e amor nos permite passar por dificuldades que nos levarão a uma compreensão maior de nossa existência aqui nesse mundo e do nosso papel diante de nossos semelhantes, e também compreender melhor o Seu amor por nós.
“Desejamos respostas, um bálsamo para nossa dor e o que encontramos? Um deserto, onde nem nossa voz ecoa. … Dentro do nosso coração uma árdua batalha se trava: ‘Quem é o culpado disso tudo? Deus ou eu?” (No Deserto da Vida p. 14)
Davi, num de seus momentos de angústia, clamou a Deus para encontrar força e alívio para a sua dor, mesmo não conseguindo entender tudo o que acontecia: “A minha alma também está fraca, a minha mente está agitada e confusa; até quando, Senhor, até quando? Venha, Senhor, e salve a minha vida. Salve-me pelo seu grande amor! … O meu corpo está perdendo as forças de tanto gemer; à noite inundo a minha cama de tanto chorar. Molho o meu leito de lágrimas.” Salmos 6:3-4, 6 NBV-P
Como e Onde Encontrar as Respostas?
“Não devo perder o meu tempo tentando achar culpados, mas concentrar-me em buscar soluções. E a melhor solução é confiar que Deus conhece todas as coisas; e recorrer a Ele é uma sábia decisão. Nesse momento podemos começar a nos questionar para aprender a nos ouvir e ouvir a outros. Duvidar dos nossos próprios sentimentos é o primeiro grande exercício: será que estou certo em meus pensamentos? Será que os meus sentimentos atuais me levarão a um caminho melhor e me ajudarão a ver as coisas sob outra perspectiva? Será que minhas atitudes estão me ajudando a me levantar ou a cair mais? Será que estou fazendo bem a mim mesmo ou aos que estão ao meu redor agindo como estou agindo?
O segundo grande exercício é criticar minhas atitudes e pensamentos: Onde quero chegar com o que estou fazendo ou sentindo? As minhas atitudes, pensamentos e sentimentos estão me ajudando a agir corretamente ou preciso mudar de direção? … O terceiro é determinar pensamentos e atitudes diferentes, e um deles é aprender a ‘dar graças por tudo a nosso Deus e Pai’ (Efésios 5:20).” (No Deserto da Vida p. 16)
Buscar conforto e respostas na Palavra de Deus e confiar em Suas promessas é um grande passo; a reflexão e a oração também podem fornecer consolo e clareza em tempos de dúvida.
Lembrando da Presença de Deus:
Mesmo quando parece que Deus está distante, é importante lembrar que Ele está sempre presente em nossas vidas, mesmo nos momentos mais difíceis. Sua graça, amor e misericórdia nos cercam, e Ele está sempre pronto para nos receber de braços abertos quando voltamos para Ele.
“Não precisamos temer. Podemos derramar muitas lágrimas, mas ter a certeza de que Ele enxugará todas elas: “Deus enxugará de seus olhos toda a lágrima. Não haverá́ mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, pois já́ as primeiras coisas são passadas.” (Apocalipse 21:4). Podemos cair e nos machucar, mas Ele tem o bálsamo que pode aliviar nossas dores: “Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si.” (Isaías 53:4); “Contudo, eu sou pobre e necessitado; mas tu, ó Senhor, cuidas de mim. Tu és o meu auxílio e o meu libertador.” (Salmos 40:17). O medo pode surgir, mas Ele estará́ à frente para nos amparar: “Não terei medo de dez milhares de pessoas que se puserem contra mim ao meu redor.” (Salmos 3:6); “Busquei ao Senhor, e ele me respondeu; livrou-me de todos os meus temores.” (Salmos 34:4). A fraqueza poderá́ vir, mas Ele será́ a nossa força e amparo: “É Deus que me arma de força, e aperfeiçoa o meu caminho.” (Salmos 18:32); “O Senhor é a minha luz e a minha salvação; a quem temerei? O Senhor é a força da minha vida; de quem me recearei?” (Salmos 27:1). A dúvida nos tentará, mas a fé́ nos salvará: “Jesus, voltando-se e vendo-a, disse: Tem bom ânimo, filha, a tua fé́ te salvou.” (Mateus 9:22); “E Jesus lhes disse: … Em verdade vos digo que, se tiverdes fé́ como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará́. Nada vos será́ impossível.” (Mateus 17:20). O Senhor nos dará́ o descanso tão almejado: “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará.” (Salmos 91:1) Podemos andar sofregamente por nossa trajetória terrestre, mas em breve olharemos para o alto e veremos que a nossa redenção se aproxima.” (No Deserto da Vida p. 107)
Conclusão:
Embora as crises de fé possam ser desafiadoras, elas também podem ser oportunidades para um crescimento espiritual profundo e uma maior intimidade com Deus. Lembre-se de que você não está sozinho em sua jornada de fé, e que Deus está sempre ao seu lado, mesmo nos momentos mais escuros.
O que nos falta tantas vezes, é exatamente o que faltou a Jó: deixar Deus agir em nossa vida. O que Jó precisava era reconhecer o poder de Deus, Sua justiça e amor. Só assim poderemos compreender as dificuldades e provas pelas quais passamos e ver a glória de Deus!
Não desista! Continue buscando: “Pois todo aquele que pede, recebe; todos os que buscam, encontram; e a porta se abre a todo aquele que bate.” Lucas 11:10 NBV
Um abraço
Espero que você tenha tido uma rica experiência ao ler esse artigo!
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