LIBERDADE TEM PREÇO?
Certa vez precisamos tirar visto para uma viagem e o local do visto ficava num bairro bem sofisticado de uma grande cidade. Passamos por diversas lojas onde estavam expostos carros como: mustangs, porches, ferraris, lamborghinis, BMWs, Mercedes, etc. Carros que podem encher os olhos. Um bairro nobre, com lojas nobres, casas nobres.
Fiquei imaginado quanto as pessoas precisam ganhar para manter tal vida! Certamente não é pouco.
É o mercado do poder. E talvez, muitos sacrifiquem suas vidas, tempo, família e até princípios para obter tais coisas e tudo acaba funcionando ao redor disso.
No filme: O Diabo Veste Prada (2006) – título bem sugestivo – com Anne Hathaway e Meryl Streep no elenco, temos a história de uma moça simples que foi trabalhar numa grande revista de moda. No começo ela achava um absurdo todos aqueles detalhes e glamour, mas com o tempo foi se adaptando àquela realidade para poder manter seu emprego e seu espaço ali naquela empresa.
Logo ela passou a se vestir como aquelas pessoas e o seu tempo era todo tomado pelo trabalho. Tornou-se uma escrava daquela realidade e perdeu seu namorado e antigos amigos, porque já não era a pessoa de antes.
Por outro lado, passou a ser a ‘queridinha’ da chefe, sendo escolhida para acompanhá-la em sua agenda atarefada de festas e desfiles, e até na sua agenda pessoal. Viu a vida conjugal de sua chefe desmoronando e as manobras que esta fazia para se manter no poder, inclusive passando por cima daqueles que eram fiéis a ela.
Aquilo a assustava, mas também a prendia. Na verdade, era um mundo que a fascinava! No entanto, um dia sua chefe lhe disse que elas eram iguais. Aquela declaração a chocou e a fez pensar.
Pesou as suas duas vidas – a que tinha levado no passado e a a que levava no presente.
Lembrou os amigos sinceros que tivera, a liberdade de ser e fazer o que queria, a simplicidade das coisas, e pensou também na vida que agora levava e que poderia continuar levando, cheia de glamour, requinte, luxo, dinheiro e poder.
Certamente, tinha tudo para ser bem sucedida naquele espaço em que agora estava, pois crescera rapidamente, porém não seria livre. Estava cercada de ‘serpentes e víboras’. Teria o poder, a fama, o dinheiro, o glamour, roupas finas, jóias, calçados caros, carros caros, mas não conseguiria ser livre. Viveria em função do trabalho e de toda a quela roda viva.
A sua escolha foi a liberdade, a vida que levara outrora.
Uma decisão dura para quem está no meio do glamour! É como jogar para o alto todas as conquistas alcançadas!
É o mundo dirigido por um déspota cruel. Coisas que parecem ‘maravilhosas’, mas com um preço realmente alto!
Quando Cristo viveu aqui neste mundo, antes de começar efetivamente o seu ministério, o Diabo O levou a um alto monte e mostrou os reinos com toda a sua glória, riquezas, glamour: roupas caras, joias belíssimas, palácios suntuosos com jardins maravilhosos, poder, fama, honras terrenas, mulheres de uma beleza estonteante… Tudo isso ele daria a Jesus se o adorasse.
Como seria ter dinheiro para comprar tudo o que quisesse? Ter tantos para fazer as vontades todas? Andar por ‘tapetes vermelhos’ e pisar em ‘pedras’ preciosas?
Cristo deu as costas a tudo isso.
Ele conhecia a verdadeira riqueza.
Ela estava dentro dEle no amor, na compaixão, na bondade, no desejo de salvar.
Estava no sorriso de uma criança, na satisfação de um idoso diante da vida, na alegria pura de um jovem, no carinho de uma mãe por seu bebê, na luta de um pai por sua família, nas pequenas flores, nas árvores frondosas, na água cristalina, nos pássaros que cantam felizes.
A verdadeira riqueza não se mostra suntuosa, requintada. Dinheiro algum a pode comprar e ninguém a pode roubar. São valores que custam pouco na balança do mundo.
O conforto, o luxo, a aparência no vestir, no carro, na casa, são coisas que podem encantar e enfeitiçar.
E essas são exatamente as palavras que quero usar: encanto e feitiço.
É isso que o Diabo oferece, como na história do filme citado.
Mas não é nada de graça. E o preço é realmente alto. São tesouros que a traça e a ferrugem destroem, e tudo deixa de existir.
O que Deus nos oferece são coisas que que os olhos nunca viram, a mente tem dificuldade em alcançar, sons que os ouvidos nunca puderam ouvir e sentimentos sublimes que permanecem.
São coisas eternas. Que riqueza alguma pode adquirir, a não ser um coração disposto a obedecer, a amar, a se doar como Cristo fez.
“Não se deixem enganar … Pois o que o homem semear isso também colherá.” Gálatas 6:7 NVI Essa é uma realidade inegável!
Portanto, devemos ter consciência das escolhas que fazemos, pois elas moldarão nossa vida!